Estudo da JLL aponta que IA e foco na experiência dos funcionários são tendências para atrair as pessoas para espaços corporativos.
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Volta ao trabalho presencial reformula design de escritórios
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A retomada do trabalho presencial, que já está em curso e deve se intensificar até 2030, tem levado as empresas a reverem seus espaços corporativos. As companhias reavaliam não só o tamanho de suas instalações, mas também características que podem torná-las mais atrativas para os colaboradores. O estudo Outlook on Design Trends 2025, realizado pela JLL, sinaliza que sustentabilidade, inteligência artificial e foco na experiência dos usuários são macrotendências que moldarão os escritórios.
“Depois da experiência do trabalho híbrido e do home office, é preciso readequar os espaços corporativos para torná-los mais flexíveis e atraentes, aumentando o engajamento e o desejo dos funcionários de voltarem ao presencial”, aponta Alessandra Arnone, diretora da área de Projetos e Obras da JLL.
De acordo com a pesquisa, quatro tendências devem orientar as reformulações dos escritórios em 2025:
1 - Foco no design para uma experiência “street to seat”
Embora a experiência do funcionário tenha se tornado um foco importante nos últimos anos como parte dos incentivos de retorno ao escritório, a experiência "street to seat” será mais crucial para desenvolvedores e empregadores na atração de talentos, aumentando o comparecimento ao local de trabalho e revitalizando os centros urbanos. Essa tendência considera os pontos de contato das jornadas dos funcionários – e dos consumidores – por meio dos ambientes pelos quais circulam até seu destino final.
Os locais de trabalho verão mais investimentos em comodidades compartilhadas com os edifícios como academias e espaços ao ar livre, instalações de fim de trajeto e opções de varejo e alimentação ao redor. As empresas já estão investindo em 'eventos especiais' – como palestrantes externos, degustações e experiências culinárias – para incentivar o retorno ao escritório. Isso tem fomentado a necessidade de espaços adequados para apoiar essas iniciativas: 43% dos empregadores já possuem essa estrutura e 17% estão considerando-as para 2025.
2 - Espaços desenhados para conexão social e interação com a comunidade
Dos locais de trabalho aos bairros, a interação social, o fomento da comunidade e a construção de capital social serão primordiais para atrair as pessoas de volta aos espaços físicos em 2025. Após anos de frequência flutuante, a pesquisa da JLL mostra que os principais motivos para ir ao escritório, tanto para empregadores quanto para funcionários, estão relacionados à conexão social e à cultura corporativa.
Em 2025, o design se concentrará em como o mercado imobiliário pode dar suporte às necessidades sociais fundamentais e ao bem-estar social das pessoas. Espaços cuidadosamente projetados que podem ser reconfigurados para várias atividades estarão focados novamente nos fundamentos da psicologia social e na importância de experiências compartilhadas. “Os escritórios passarão a facilitar essas conexões de forma mais intencional como reforço ao bem-estar e à saúde mental dos colaboradores”, endossa Arnone.
3 - Valor holístico do reúso e das reformas
Tendo em vista as tendências globais de envelhecimento do estoque de edifícios, escassez de oferta em todos os setores e locais com demanda e maiores requisitos ESG, há um estímulo contínuo em torno do papel do design em desbloquear o investimento em recursos de sustentabilidade e reformas de edifícios. Estratégias eficazes para edifícios existentes irão além da eficiência energética aprimorada e atualizações funcionais, adotando uma abordagem mais holística para o design de retrofit que pode dar suporte à atração de talentos e visitantes, estratégia de marca, impacto na comunidade e saúde e bem-estar aprimorados.
O design sustentável se tornará mais integrado à marca das organizações, e a demonstração visual de credenciais ecológicas será um foco do design em 2025. De acordo com a pesquisa, 60% das empresas pretendem investir em reformas para atender essas demandas nos próximos cinco anos. Assim, veremos um uso maior de paletas de materiais naturais e reciclados para criar vínculos mais tangíveis entre uma jornada de sustentabilidade organizacional e a identidade visual, um fator importante na atração de talentos.
4 - Ferramentas de IA orientando o design a partir de dados
As abordagens de "design orientado pela ciência" trazem pesquisas e dados para os processos criativos, aprimorando a tomada de decisões com mais informações sobre o desempenho de um edifício ou local e sobre o impacto que ele terá nas pessoas ou no planeta. Um dos principais impulsionadores por trás disso é o crescimento exponencial de empresas de inteligência artificial que estão gerando dados e ferramentas que podem ser alavancados por meio do design.
Da análise preditiva de edifícios às ferramentas de design baseadas em dados, a IA está surgindo como um impulsionador e facilitador de mudanças em todo o segmento, enquanto o uso de dados, análises especializadas e ferramentas preditivas para "design orientado pela ciência" vem ganhando força nos últimos anos.
O design sustentável se tornará mais integrado à marca das organizações e a demonstração visual de credenciais ecológicas estará em foco em 2025. Veremos um uso maior de paletas de materiais naturais e reciclados para criar vínculos mais tangíveis entre uma jornada de sustentabilidade organizacional e a identidade visual, um fator importante na atração de talentos.
Com o investimento global de capital de risco em IA Generativa aumentando de US$ 2,3 bilhões em 2020 para US$ 22,3 bilhões em 2023 e o investimento em tecnologia de construção verde crescendo de US$ 1,1 bilhão para US$ 5,4 bilhões no mesmo período, podemos esperar que a IA acelere sua influência no design em 2025.