Investimentos em transformação digital otimizam desde processos internos e eficiência operacional até a experiência do cliente, seja no ponto de venda ou nas compras online.
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Supermercados e lojas de vestuário apostam na digitalização para oferecer mais comodidade a consumidores
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A transformação digital está no cerne do crescimento e da melhoria de produtividade no setor de varejo e consumo, do qual fazem parte supermercados e lojas de vestuário. É o que aponta um estudo global da KPMG, que ouviu 420 executivos desse mercado, incluindo o Brasil. O relatório afirma, ainda, que o investimento em inovação precisa estar vinculado a resultados comerciais claros.
Mais da metade dos participantes (57%) relata que foram registradas melhorias de lucratividade e desempenho nas empresas que desenvolveram projetos de transformação digital. De acordo com o estudo, as tecnologias emergentes estão mudando o modo como os clientes querem interagir com as marcas de consumo e varejo, e essas mudanças devem se intensificar à medida que mais nativos digitais alcançam a idade de consumo.
Outro estudo da KPMG com foco na América do Sul também aponta investimentos em transformação digital entre as principais tendências para o setor de varejo e consumo. O sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul, Fernando Gambôa, afirma que é preciso entender quais tecnologias podem impulsionar a eficiência e agregar o valor que as empresas buscam.
Novos comportamentos do consumidor puxam as mudanças
As novas expectativas dos clientes estão forçando as empresas a adaptarem seus modelos de negócios para que possam operar em um mundo sem barreiras entre o offline e o online. Afinal, o consumidor quer conveniência e comércio fluido.
O diretor-executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), Edmundo Lima, afirma que a transformação digital é um vetor fundamental para a modernização, competitividade e sustentabilidade do varejo de moda, e tem um impacto transversal no setor.
No contexto da ABVTEX — que representa as principais redes varejistas de moda do país, responsáveis por milhares de pontos de venda e por uma expressiva parcela da cadeia têxtil e de confecção nacional —, investir em tecnologia é essencial para ampliar a eficiência operacional, garantir transparência nas relações com fornecedores e conhecer melhor o consumidor — cada vez mais conectado e exigente. “A digitalização fortalece a capacidade do setor de inovar, escalar boas práticas e se adaptar a um cenário de rápidas mudanças”, diz Edmundo Lima.
Embora sejam setores com forte vocação para atendimento presencial, grandes redes de supermercados e lojas de vestuário já operavam no e-commerce antes da pandemia. Mas a necessidade de distanciamento social acelerou a transformação digital e a integração de canais de atendimento. Cada vez mais, esses estabelecimentos estão incorporando novas ferramentas que transformam processos industriais, aceleram a rastreabilidade da cadeia, melhoram a gestão de fornecedores e viabilizam modelos de consumo mais personalizados através do uso da inteligência artificial, potencializando a adoção de práticas ESG.
Novidades aprimoram a experiência do consumidor
São muitas as novidades oferecidas pelos supermercados e lojas de vestuário buscando melhorar a experiência do consumidor. No varejo, a digitalização permite desde a integração de canais físicos e digitais (omnicanalidade) até a análise de dados de comportamento de compra em tempo real e expectativas futuras. É uma estratégia que auxilia o cliente a encontrar algo de acordo com seu desejo e que ajuda a aumentar a conversão de vendas e a satisfação do cliente.
“Omnicanalidade com foco no cliente vai além de oferecer vários canais de atendimento para venda. Exemplificando, permite que um cliente inicie uma compra navegando no website da empresa, tire dúvidas sobre o produto desejado em um webchat, encaminhe o comprovante de endereço por um app de conversação, finalize a compra, faça o pagamento por qualquer um desses canais e, caso não goste do produto, possa trocar em uma loja física”, escreveu Valesca Guimarães, diretora de Projetos e Obras da JLL, em um artigo em que relatava sua experiência na edição de 2022 do VTEX Day, evento sobre transformação digital no varejo e na indústria da América Latina.
“Ao olhar para os produtos, vale destacar o fato de as empresas estarem buscando realmente integrar os seus canais de venda, com foco em customer centric, utilizando os pontos físicos do varejo e a sua consequente força de venda a favor dessa integração”, complementou.
Até na hora de fazer pagamentos, as novas tecnologias, como NFC, contribuem para melhorar a experiência de compra, proporcionando agilidade e facilidade. Da mesma forma, já começam a se popularizar nas grandes redes os checkouts sem operador. De acordo com o Ranking ABRAS 2025, os self checkouts cresceram 11,8% em 2024, o que representa um acréscimo de 9.315 unidades. Nelas, o próprio cliente faz a leitura do código de barras de sua cesta de produtos, os coloca na sacola e faz o pagamento.
Internamente, a transformação digital também avança a passos largos, atraindo investimentos em busca de maior eficiência operacional e produtividade, com reflexos positivos na experiência do cliente. Ferramentas de automação facilitam a precificação, a gestão de estoques, evitando tanto a falta como o excesso de produtos, e ajudam a otimizar o espaço de armazenamento.
Há ainda maior precisão nas informações de estoque, já que são reduzidos os erros de contagem e registros de entrada e saída de mercadorias. A gestão de estoque e a otimização da logística têm relação direta com um dos fatores essenciais para o consumidor, que é a agilidade na entrega.
O uso de tecnologia contribui, ainda, para reduzir custos, permitindo ampliar a margem de lucro ou ser mais agressivo na precificação e reforçar a competitividade. Afinal, preço é um dos aspectos que influenciam a decisão de compra.
Estratégia imobiliária é fundamental
Nesse cenário de avanço da digitalização, fazer com que seus pontos físicos estejam preparados para corresponder com as expectativas de consumidores é imprescindível. Uma gestão profissional de projetos e obras garante, por exemplo, que o resultado final de uma transformação esteja alinhado com a experiência que a marca deseja oferecer aos seus clientes.
“Ao delegar a gestão do projeto a especialistas, as empresas varejistas podem focar em seu negócio principal, minimizando as preocupações e o trabalho envolvido em uma obra”, comenta Valesca Guimarães, diretora de Projetos e Obras da JLL.