Pesquisa global da JLL mostra as expectativas dos líderes do setor em relação à tecnologia e gestão do portfólio imobiliário para ter mais eficiência.
Insight
21 maio 2025
Estratégia imobiliária é essencial para inovação, retenção de talentos e redução de custos nas empresas de life sciences
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Diante do aumento da concorrência, as empresas de life sciences estão sob pressão para inovar, atrair talentos e controlar custos. Uma das estratégias para equilibrar essas demandas é a otimização de seus portfólios imobiliários.
Quase metade dos líderes do setor entrevistados pela JLL na mais recente pesquisa global sobre o futuro do trabalho apontou a inovação como principal prioridade imobiliária, superando a média global de 37% entre os demais setores. Eles também esperam que seus laboratórios e ambientes de trabalho contribuam para reduzir os custos operacionais e atrair os melhores talentos.
“Atrair e reter talentos é uma questão essencial para as empresas de life sciences, que possuem mão de obra altamente qualificada e exigente. São pessoas que trabalham por um propósito, que se conectam à missão da empresa, e precisam sentir que fazem parte de uma organização global. Por isso, a imagem corporativa é muito importante e precisa estar integrada à estratégia imobiliária”, diz Roberto Patiño, diretor de Serviços de Portfólio de Imóveis da JLL.
Isso passa por estar em uma boa localização e pela oferta de amenidades nos escritórios e demais instalações, segundo o executivo. Profissionais da área frequentemente priorizam opções de alimentação e transporte conveniente nas proximidades, mas também valorizam recursos voltados ao bem-estar, como áreas verdes e academias.
Otimização de portfólio e eficiência logística
Para fortalecer sua capacidade de atrair talentos, algumas farmacêuticas estão alugando escritórios premium em regiões centrais das cidades para instalar seus espaços corporativos, rompendo com a tradição de se estabelecerem em áreas suburbanas.
“Em geral, as grandes indústrias farmacêuticas e de ciências da vida cresceram junto com as cidades. Elas possuem grandes áreas que hoje estão subutilizadas ou até desocupadas e precisam otimizar seus portfólios para reduzir custos e aumentar seu capital”, afirma Patiño.
Nesse cenário, a terceirização de funções imobiliárias, como gestão de portfólio, de instalações e de contratos de locação, ganha força. Espera-se que mais de 60% dessas funções sejam terceirizadas pelas empresas do setor até 2030.
A redução de custos é um dos principais motivadores da terceirização no setor de life sciences, mas outro ganho é acelerar a inovação. Ao adotar essa estratégia, as empresas permitem que seus talentos permaneçam focados e avancem em descobertas cada vez mais inovadoras.
Além disso, em um país de dimensões continentais como o Brasil, a distribuição é fator determinante para o sucesso.
“A logística de medicamentos no Brasil não é tão simples, pois, além das distâncias, gasta-se muito com segurança para evitar roubos de carga, por exemplo. Os canais de distribuição precisam estar próximos de quem prescreve e de quem compra e consome os produtos”, pontua o executivo da JLL.
Tecnologia é aliada da gestão imobiliária
Segundo a pesquisa da JLL, até 85% dos profissionais de life sciences acreditam que a inteligência artificial (IA) está preparada para resolver os principais desafios imobiliários do setor.
A expectativa é que a tecnologia transforme a maneira como os laboratórios e demais instalações são projetados e revolucione o modo como o trabalho é realizado. Tarefas rotineiras poderão ser automatizadas e a utilização dos espaços corporativos poderá se dar de forma mais eficiente.
A JLL, por exemplo, possui ferramentas de IA específicas para o mercado imobiliário, com funções diversas, desde sensores de ocupação para evitar espaços ociosos e proporcionar mais eficiência no consumo de recursos a monitoramento remoto de obras e de test fit para implantação de escritórios.