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Ele explica que há menos capital disponível para aquisições, em parte devido à alta taxa de juros, o que impacta o apetite dos fundos imobiliários, que seriam os compradores clássicos de áreas em edifícios corporativos de alto padrão.

“Hoje, esses fundos não estão realizando novas aquisições e, em alguns casos, precisam vender parte de seus ativos. Por isso, para encontrar compradores, não basta anunciar. É preciso destacar os atributos únicos de cada empreendimento para possíveis compradores ou ocupantes que valorizem essas características. E ninguém melhor para fazer essa análise e combinação do que o consultor imobiliário especializado”, declara.

Três mulheres e um homem descem as escadas de um escritório conversando

Venda consultiva: visão de mercado, criatividade e atitude

A realidade é que, atualmente, não basta ter um imóvel de qualidade e oferecer um preço competitivo — a demanda simplesmente não aparece sozinha. Esse novo contexto exige mais do que anúncios genéricos em plataformas digitais, segundo o especialista da JLL.

“O consultor imobiliário não espera que o comprador o procure. Ao contrário, ele vai em busca do comprador certo, explorando diferentes setores, como educação, saúde, sênior living, órgãos públicos, entre outros, sem restrições. A visão de mercado para entender as necessidades de cada setor e a flexibilidade para adaptar a oferta de acordo com essas demandas é o que faz a diferença”, pontua Rosa.

Assim, o trabalho do consultor imobiliário exige uma série de habilidades que vão além da simples negociação. Envolve planejamento, análise, execução, argumentação estratégica, criatividade e atitude proativa. O corretor precisa assumir o protagonismo, moldando o negócio para expor o ativo de maneira assertiva e diferenciada, criando uma vantagem para o imóvel e destacando suas características de forma criativa e direcionada.
 


“É uma venda consultiva. Ele não apenas oferece o imóvel, mas mapeia as necessidades e características dos potenciais compradores ou inquilinos, identificando empresas ou setores que valorizem atributos específicos de cada imóvel. Trata-se de construir um verdadeiro ‘business case’ para cada proposta, em que o corretor analisa o mercado e cria abordagens personalizadas para cada possível ocupante, conectando suas demandas ao perfil do imóvel disponível. Não é vender um imóvel, é encontrar um comprador que, inclusive, pode nem saber que precisa daquele imóvel”, explica Paulo Casoni, diretor de Capital Markets da JLL.

O sucesso, hoje, depende da capacidade de conectar as peças certas e oferecer soluções customizadas, fazendo a ponte entre o imóvel ideal e a necessidade latente de um potencial comprador ou locatário, uma vez que o espaço precisa estar ocupado para ser rentável e atrair investidores.

Para que todo o esforço valha a pena, é necessário que a relação seja exclusiva, permitindo que o corretor se dedique a encontrar o comprador certo — aquele que ainda nem sabe que precisa do imóvel, mas que será “provocado” a perceber as vantagens da aquisição ou locação.

“A exclusividade é essencial para um trabalho tão específico. O mercado imobiliário não é apenas sobre transações, mas sobre construir relações e criar valor onde, à primeira vista, parece não haver demanda”, conclui Casoni.