Especialista da JLL avalia os fatores e as particularidades que impulsionam o crescimento dos mercados de destaque.
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Estudo analisa desempenho das regiões corporativas de São Paulo e aponta eixos mais atraentes para investidores e ocupantes
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Um estudo da área de Pesquisa e Estratégia da JLL analisou a performance das principais regiões corporativas de São Paulo, utilizando variáveis como taxa de vacância, preço pedido médio e tempo de absorção das áreas vagas (atuais e projetadas). A análise destaca os eixos com melhor desempenho nas regiões primárias, secundárias e alternativas. Entre as regiões primárias, o destaque vai para Faria Lima, JK e Paulista. Nas secundárias, Jardins, Rebouças, Pinheiros e Vila Madalena. Nas regiões alternativas, o destaque é Moema.
“É interessante observar que não apenas mercados tradicionais, como Faria Lima e JK, mas também os mais recentes, como Rebouças, Pinheiros e Vila Madalena, apresentam resultados interessantes, com alta atratividade de investidores e de ocupantes. Moema, apesar do seu baixo estoque, demonstra potencial futuro, principalmente com a chegada do metrô”, avalia Yara Matsuyama, diretora de Locação de Escritórios da JLL.
A seguir, ela avalia os fatores que tornam cada uma dessas regiões atrativas para o mercado imobiliário corporativo.
Regiões primárias: Faria Lima, JK e Paulista
A Faria Lima é a menina dos olhos para o segmento corporativo de alto padrão, com baixa vacância e alto preço pedido. A JK, por sua vez, se beneficia da alta procura na Faria Lima, que faz a demanda transbordar para os arredores.
“Os novos edifícios da Faria Lima alugam muito rapidamente e há restrição de área para novos desenvolvimentos. No entanto, parte do estoque é antigo e, embora o endereço em si seja atraente, muitos empreendimentos precisam passar por um retrofit para melhorar seu posicionamento no segmento de alto padrão”, diz.
Esse é um movimento pelo qual passou recentemente a Avenida Paulista, colocando-a novamente no radar dos grandes negócios imobiliários. “Há alguns anos, havia até certo preconceito com a Paulista por causa das manifestações realizadas ali. Porém, a grande oferta de serviços e transporte, sua localização central, com fácil acesso a todas as regiões da cidade, e a modernização do estoque a fez despontar novamente no cenário corporativo”, explica Yara.
Regiões secundárias: Jardins, Rebouças, Pinheiros e Vila Madalena
Embora possua uma oferta limitada de edifícios corporativos, o bom desempenho dos Jardins é puxado pelo residencial de alto padrão no bairro. Com a mudança de legislação que altera o tombamento do bairro e autoriza novas construções, a região agora é forte candidata ao desenvolvimento de edifícios boutique, segundo a especialista da JLL. “O bairro tem todos os atributos para isso”, afirma.
A Rebouças, eixo recente para o mercado de escritórios, tendo recebido os primeiros edifícios corporativos em 2022, demonstrou grande receptividade nesses primeiros anos.
“É uma região que já chegou com boa absorção, diferentemente de outras regiões secundárias que se desenvolveram como polos corporativos no passado, como Barra Funda, Alphaville e Chucri. Essas são regiões em que primeiro chegaram os edifícios e, depois, a infraestrutura ao redor se desenvolveu. Na Rebouças, não, a infraestrutura de transportes e serviços já existia, o que explica a demanda”, afirma a diretora de Locação de Escritórios da JLL.
Pinheiros e Vila Madalena se destacam pelo mesmo motivo: a combinação de serviços, transporte e residencial de alto padrão, o que atrai empreendimentos corporativos para esse público, com novos edifícios modernos e de apelo jovem, de acordo com a especialista.
Regiões alternativas: Moema
Como mercado de escritórios de alto padrão, Moema ainda não tem tanta projeção, pois o estoque é pequeno, concentrado em apenas dois edifícios. No entanto, ambos apresentam bom desempenho e ocupação.
“Moema tem a característica de salas comerciais pequenas. Porém, nos últimos tempos, esse perfil vem mudando, com a chegada de torres com conjuntos maiores, de 600 m² a 800 m². Embora não sejam grandes lajes, indicam a mudança do tipo de produto imobiliário. Esse movimento pode estar atrelado à chegada do metrô, pois o bairro sempre foi bem-posicionado, com infraestrutura de serviços e residencial de alto padrão. É uma região com apelo e potencial para o mercado corporativo, mas onde o desenvolvimento residencial predomina por ser mais lucrativo”, avalia Yara.