Combinação de alta disponibilidade de energia confiável, conectividade e soluções sustentáveis coloca o complexo no radar de grandes empresas de tecnologia.
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Porto do Açu investe em energia e sustentabilidade para se tornar hub de data centers
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Com infraestrutura robusta e disponibilidade energética e de água, o Porto do Açu, no norte do Rio de Janeiro, quer se posicionar como um hub estratégico para data centers no Brasil e na América Latina. A crescente demanda por infraestrutura digital somada à dificuldade de encontrar bons terrenos para desenvolvimento fazem do empreendimento uma oportunidade única para grandes empresas de tecnologia que buscam expansão no mercado brasileiro.
Com uma proposta modular, o Porto do Açu é um complexo privado de porto-indústria com 44 km² de área locável destinada a diversas atividades: logística, industrial, data center, apoio offshore, entre outras. Também mantém, de forma voluntária, uma reserva ambiental de mais 40 km², a Reserva Caruara. Em operação desde 2014, o Açu deve investir R$ 22 bilhões nos próximos anos.
“O Brasil se consolidou como um importante polo de data centers globalmente, e não somos indiferentes a esse mercado. Estamos nos preparando para ser um dos principais destinos de investimentos dessa indústria nos próximos anos”, diz Frederico Moura, Head de Estratégia e Novos Negócios do Porto do Açu.
Segundo estudo da JLL, o número de data centers no país cresceu 628% entre 2013 e 2023. O Brasil lidera o setor na América Latina, atraindo cerca de 40% dos novos investimentos na área.
Capacidade energética e conectividade
Um dos principais diferenciais do Porto do Açu na atratividade de data centers é sua capacidade energética. Este é um critério essencial, conhecido como “power selection”, segundo Bruno Porto, gerente de Negócios Imobiliários de Industrial, Logística e Data Center da JLL.
“A capacidade e a disponibilidade de energia são fatores críticos para os data centers, que necessitam de fornecimento ininterrupto e sistemas redundantes para garantir a continuidade das operações. Para além do consumo imediato, é importante considerar a capacidade futura, prevendo eventuais expansões e o aumento da demanda”, declara.
Sendo assim, confira a capacidade e a disponibilidade de energia da rede elétrica do Açu:
- Linha de 500 kV: 1 GW em fase de comissionamento (pronto em janeiro de 2025), com possível expansão para até 4 GW.
- Linha de 138 kV: 25 MW (atual), 56 MW (2026) e 92 MW (2027).
Veja também o potencial de geração de energias renováveis, como eólica e solar:
- 2027: +220 MW
- 2029: +500 MW
- 2032: +1,5 a 2,5 GW
Outro fator de atração é a conectividade. O Porto do Açu está localizado a apenas 40 km da estação de cabos submarinos da Embratel em Atafona e liga-se a ela oferecendo conexão de 10 Gb, já implantada, com possibilidade de expansão para 100 Gb. Também há uma rota secundária para Campos dos Goytacazes, garantindo redundância e segurança para a transmissão de dados.
Incentivos fiscais impulsionam desenvolvimento
A ampliação de Data Centers no Brasil enfrenta desafios relacionados a custos operacionais e tributação. No entanto, o Porto do Açu oferece um ambiente altamente competitivo, com incentivos fiscais que reduzem significativamente esses custos.
A Lei Estadual RJ 10.431/2024, conhecida como Lei do Data Center, prevê diferimento do ICMS para 0% na importação de infraestrutura de TI, incluindo servidores, switches de rede e transceptores ópticos. Além disso, a Lei Estadual RJ 6.976/2015 reduz o ICMS para 2% na aquisição de ativos fixos industriais.
No âmbito municipal, a Lei SJB nº 105/2009 fixa a alíquota do ISS em 2%, valor mínimo da variação nacional entre 2% e 5%. Outros incentivos federais, como o regime Drawback e o REIDI, também contribuem para a redução de impostos na aquisição de bens industriais.
Sustentabilidade e abastecimento de água
A segurança hídrica é um fator essencial para a operação de Data Centers, e o Porto do Açu oferece diversas soluções sustentáveis de fornecimento de água. Atualmente, o empreendimento utiliza poços profundos com capacidade de até 1.980 m³/h e reuso de efluentes com capacidade de 1.000 m³/h. A longo prazo, está prevista a captação de água superficial do Rio Paraíba do Sul, com licença para até 16.500 m³/h.
“O Porto do Açu tem as condições ideais para o desenvolvimento de data centers, oferecendo toda a infraestrutura necessária e a possibilidade de projetos customizados para os clientes”, declara o especialista da JLL.
O Porto do Açu é administrado e desenvolvido pela Porto do Açu Operações, parceria entre a Prumo Logística e o Porto de Antuérpia-Bruges Internacional, subsidiária do Porto de Antuérpia-Bruges.