Nova Faria Lima impulsiona regiões vizinhas e puxa alta dos preços corporativos em São Paulo
A Nova Faria Lima, eixo corporativo próximo à JK e à Vila Olímpia, consolidou-se como a região de melhor desempenho do mercado de escritórios de São Paulo. Diferentemente da Faria Lima tradicional, concentra edifícios mais modernos, mas também atrai uma demanda consistente e se mostrou resiliente inclusive no período da pandemia.
Os números confirmam esse protagonismo: no primeiro semestre de 2025, o preço médio pedido na Nova Faria Lima alcançou R$ 284,67, uma alta de 21,23% em relação ao mesmo período de 2024. Desde 2021, quando estava em R$ 192,03, o avanço chega a 48,25%.
“Além da valorização expressiva, a Nova Faria Lima tem mostrado uma característica rara no mercado: os contratos fecham por valores muito próximos ao preço pedido, reflexo da força da demanda e da escassez de espaços disponíveis”, analisa Rafael Calvo, diretor na Divisão de Escritórios da JLL.
Vacância baixa e impacto nas regiões vizinhas
A taxa de vacância da região também reforça sua atratividade: caiu de 11,3% no primeiro semestre de 2021 para 6,2% no primeiro semestre de 2025. No mesmo período, a Faria Lima tradicional apresentava 14,2% de vacância, após ter registrado 42,6% em 2021.
Segundo o diretor da JLL, esse cenário cria um efeito de transbordamento. “A procura intensa por espaços na Nova Faria Lima faz com que parte da demanda migre para áreas vizinhas. É o que explica a valorização acelerada em regiões como Itaim e JK, que hoje já praticam preços muito próximos aos da Nova Faria Lima”, avalia.
De fato, o Itaim viu o preço médio pedido saltar de R$ 146,17 no primeiro semestre de 2021 para R$ 301,75 nos primeiros seis meses de 2025, mais que o dobro em quatro anos. Já a JK subiu de R$ 167,63 para R$ 282,67 no mesmo período.
Na Vila Olímpia, no entanto, a pressão sobre preços não se repetiu. Com maior concorrência no mercado de escritórios de alto padrão e vacância relativamente estável — 12,3% em 2021 e 13,6% em 2025 —, os valores permanecem mais controlados, chegando a R$ 148,86 no primeiro semestre deste ano.