Integração total entre o digital e o físico é o caminho do crescimento para o setor de vestuário

Comprar online, não há dúvida, é um hábito incorporado pelos brasileiros. Mas, passado o período de distanciamento social imposto pela pandemia, alguns setores voltaram com força para as lojas físicas. O de vestuário é um deles. Afinal, quem não gosta de ver ao vivo as novidades e experimentar as peças antes de levar para casa?

“As lojas físicas no Brasil estão voltando a crescer em vendas e em número de pontos de venda. Esse movimento é acompanhado pela retomada da demanda de moda, após os efeitos negativos do período de lockdown, que atingiu fortemente o setor”, afirma Marcelo Prado, economista e consultor do IEMI – Inteligência de Mercado.

Na avaliação de Marcelo Prado, as lojas físicas não desaparecerão. Ao contrário, esse canal continuará a crescer, em especial no Brasil, onde o varejo físico ainda está longe de alcançar a sua maturidade, assim como o poder de compra dos consumidores brasileiros também segue aquém de todo o seu potencial.

De acordo com o consultor do IEMI, as vendas em pontos presenciais ainda são um canal muito maior e mais disseminado no Brasil do que o e-commerce. No segmento de vestuário, as lojas físicas representam atualmente 90,8% da receita total do varejo, restando para o e-commerce uma participação de 9,2%.

Marcelo Prado observa que é fundamental investir nas instalações físicas para chamar a atenção dos clientes. “A localização e as vitrines das lojas físicas têm um impacto enorme na atração dos consumidores, sendo determinantes em mais de 70% das compras de roupas”, afirma.

O interior da loja, sua organização, seus expositores, iluminação, arrumação e atendimento são aspectos igualmente relevantes para as vendas. Ou seja, estar bem localizado, encantar com suas vitrines e cuidar para que esse encantamento não seja quebrado quando o consumidor entrar na loja faz parte da jornada de compra, para a qual o lojista não pode medir esforços. É preciso estar atento e cuidar de cada detalhe.

Com um papel mais amplo, as lojas físicas precisam de atenção. “O ponto de venda, hoje, é um showroom vital para a experiência do consumidor. Nele, o cliente tem um ponto de conexão emocional com a marca, pode experimentar a peça antes da compra online, se preferir esse canal. É o local ideal para o fortalecimento da identidade da marca, lançamento de coleções exclusivas, eventos e ativações”, afirma a diretora de Projetos e Obras da JLL, Valesca Guimarães.

Segundo ela, as lojas têm ainda um papel importante no fluxo logístico, ao se tornarem um local para retirada de compras online, devolução e troca e um centro de distribuição local para entregas rápidas. O avanço das novas tecnologias vem propiciando diversas mudanças no salão de vendas. Nas lojas da Centauro, por exemplo, o cliente finaliza a compra diretamente com o atendente (sem ir ao caixa) e com o mesmo preço da peça que é vendida pela internet. Diversas marcas já contam com caixas de autoatendimento, facilitando a compra.

Diante de tantas mudanças rápidas, que exigem respostas igualmente ligeiras, é necessário contar com uma consultoria especializada para garantir investimentos em projetos de expansão, renovação e modernização e até mesmo para lançamento de uma nova marca. “Uma consultoria experiente pode ainda fazer toda a diferença no planejamento e controle de capital, na solução de situações operacionais críticas ou que apresentem desafios logísticos”, afirma Lucas Carmona, coordenador comercial de Projetos e Obras da JLL.

“Podemos ajudar não só na modernização da loja para receber os clientes com conforto, mas na elaboração de um projeto para adequar os espaços físicos para permitirem a integração total entre o online e offline, compartilhando dados para um atendimento personalizado”, complementa Valesca.

Não menos relevante é a localização estratégica da loja. “Uma consultoria especializada pode ajudar a definir os melhores pontos, com foco em centros urbanos com alta circulação e fácil acesso, ou conduzir a migração para locais de menor custo. Investir em pop-up stores em locais e datas sazonais é outra iniciativa que traz bons resultados”, diz Valesca.

A JLL tem larga experiência no setor de vestuário, tanto em projetos de lojas como de galpões logísticos e industriais. Conheça alguns projetos:

Bottega Veneta – Gerenciamento da renovação completa da loja no Shopping JK Iguatemi, um projeto de 300 m² distribuídos em térreo e mezanino. As intervenções na loja e na fachada incluíram substituição completa dos revestimentos, instalação de novos conjuntos de vitrines, nova marcenaria e expositores, e instalação de nova identidade visual com logotipos da marca, seguindo o projeto arquitetônico desenvolvido pela equipe de Store Planning da Bottega Veneta, sediada na Itália. Houve ainda o gerenciamento da implantação de uma loja provisória no mesmo shopping, garantindo a continuidade das operações durante a reforma. Essa estratégia permitiu manter o atendimento aos clientes, minimizando o impacto nas vendas e demonstrando a capacidade da JLL de desenvolver soluções criativas para projetos complexos de varejo.

Centauro – Gerenciamento de um amplo programa de revitalização das lojas da rede em diversas cidades, incluindo 18 retrofits de sistema de ar condicionado, um retrofit de elevador e plataforma elevatória, 48 revitalizações de pistas e quase uma centena de lojas com incremento de infraestrutura elétrica. Acompanhamento rigoroso da evolução do cronograma físico-financeiro, solicitação e monitoramento de ordens de serviço, alinhamento estratégico das demandas com gerentes das unidades, gestão da documentação junto aos shoppings e acompanhamento detalhado da fabricação dos equipamentos. A abordagem integrada garantiu execução eficiente e coordenada de múltiplas frentes de trabalho, assegurando mínimo impacto operacional e máxima qualidade técnica.

Levi’s – Busca de uma sede que traduzisse o novo posicionamento da marca e que recebesse confortavelmente o tamanho da operação. O desafio foi criar um ambiente que refletisse conceitos como estilo e funcionalidade, reforçando a forte identidade da marca. O espaço moderno e eficiente concebido traduziu a imagem da Levi’s em cada detalhe.

Adidas Office – O grande desafio no projeto da nova sede e showroom da Adidas em São Paulo era combinar suas diretrizes mundiais de imagem com soluções locais. O projeto manteve os conceitos globais, mas superou as expectativas ao desenvolver uma arquitetura engenhosa e um planejamento agressivo, que também contemplou itens de acabamento importados.

Adidas Industrial – Gestão do projeto built-to-suit de 25 mil m² para a construção de um galpão em Embu das Artes (SP), que consolidou a operação industrial da empresa no Brasil. O escopo incluiu a busca e negociação do espaço e a gestão do projeto de acordo com as especificações da equipe de branding mundial. Três anos depois, houve a expansão do galpão em mais 8,5 mil m², com economia de 6% em relação ao budget inicial. A automação do prédio existente também foi entregue antes do prazo e com uma economia de 7%.

Nike – Gestão do empreendimento Nike Factory Store DownTown, localizado no Vertical Shopping, no Rio de Janeiro, uma loja com dois pavimentos de área de venda e um de estoque, com um total de 978 m². O maior desafio foi adaptar as exigências do cliente às condições do edifício, um dos mais antigos da cidade, em tempo hábil. A reforma incluiu demolição e substituição completa dos sistemas de ar condicionado e combate a incêndio, inclusão de banheiro PNE, elevador, instalação de escada rolante, novas instalações elétricas e hidráulicas, rede, CFTV, instalação de postos de trabalho e um conceitual de acabamento despojado.

Hugo Boss – Gerenciamento do projeto do primeiro outlet Hugo Boss no Brasil, que representa um dos pilares de sua estratégia para o mercado nacional. O espaço foi entregue dentro do prazo para a inauguração do shopping e de acordo com os conceitos da marca.

Design estratégico: apoio no desenvolvimento de layouts que potencializam a jornada do cliente.

Identidade visual: gerenciamento na execução precisa dos padrões de marca em todos os pontos.

Flexibilidade de layout: coordenação dos projetos que permitem adaptações sazonais e de coleções.

Fluxo de mercadorias: apoio no planejamento de áreas de estoque, recebimento e expedição.

Time-to-market: entrega no prazo para aproveitar sazonalidades e lançamentos.

Controle orçamentário: gestão rigorosa de custos de construção e fit-out.

Coordenação de fornecedores: gestão integrada de múltiplas especialidades.

Contingências: planejamento de riscos específicos do setor. 

Protótipos replicáveis: desenvolvimento de modelos escaláveis para a rede.

Manual de obras: criação de diretrizes para expansão consistente. 

Gestão de múltiplos projetos: coordenação simultânea de várias inaugurações.