IA traz economia de energia para edifícios corporativos, reduzindo custos e contribuindo para metas de sustentabilidade

A inteligência artificial (IA) desempenha um papel cada vez mais relevante na identificação de oportunidades de eficiência e na otimização das operações em edifícios corporativos. Contribui, por exemplo, para a diminuição do consumo de energia e, consequentemente, dos custos operacionais, além de favorecer a redução das emissões de carbono e as metas de sustentabilidade das empresas. Empreendimentos modernos agora são equipados com sensores e tecnologias inteligentes, que geram um vasto volume de dados em tempo real sobre sistemas e equipamentos e oferecem um grande potencial para que a IA analise e otimize o uso de energia.

“As soluções de IA podem analisar fontes de dados distintas para desenvolver algoritmos de manutenção preditiva e otimização de HVAC (sistema de aquecimento, ventilação e ar-condicionado), auxiliando gestores de instalações ao definir parâmetros de eficiência energética equilibrados com o conforto dos ocupantes”, explica Vidhya Balakrishnan, vice-presidente de Engenharia de Software da JLL.

A plataforma Hank, da JLL, integra hardware (como sensores e equipamentos) e software para analisar dados de ocupação e fatores externos para otimizar sistemas de HVAC, reduzindo o consumo de energia em até 20% e garantindo conforto aos usuários do edifício. Também pode diminuir o consumo durante os horários de pico de preços, resultando em economia de custos.

Vinícius Santos, Head de Gestão de Produtos LatAm da JLL, explica que a implementação é rápida, assim como as vantagens. “A solução se conecta ao sistema de gestão disponível, seja o BMS (Building Management System) ou outros, e passa a coletar as informações dos sensores do edifício para a parametrização do algoritmo. Após cerca de duas semanas, a IA começa a operar sozinha e a trazer benefícios. Ao contrário de outras soluções, que geram um alerta para uma ação humana, o Hank funciona como um técnico virtual, que faz os ajustes automaticamente para otimizar a operação”, diz.

A IA ajuda na auditoria energética de edifícios com alto consumo de energia, identificando oportunidades de economia, além de modelar flutuações de demanda sob diferentes cenários, como eventos climáticos. Também pode criar modelos de referência energética para ativos imobiliários, permitindo que os proprietários de um grande portfólio aproveitem dados existentes dos edifícios em suas estratégias energéticas.

E não são apenas os edifícios modernos que podem se beneficiar da IA para economizar energia. A tecnologia também está presente em projetos de retrofit energético. Modelos energéticos altamente específicos, impulsionados por IA, podem orientar retrofits para melhorar a eficiência energética dos edifícios, possibilitando a criação de gêmeos digitais detalhados. Essas simulações do consumo energético sob diferentes parâmetros de design podem acelerar projetos de retrofit para alinhá-los às metas de emissão zero.

A questão energética é essencial para manter a relevância e a competitividade dos ativos, pois é crescente a demanda dos inquilinos por espaços sustentáveis. Assim, projetos de retrofit energético são um diferencial valorizado pelo mercado e ajudam a proteger os portfólios imobiliários no futuro. Pesquisas da JLL indicam que um retrofit leve a moderado – abordando desde a iluminação até equipamentos mecânicos, elétricos e hidráulicos – pode reduzir o consumo de energia entre 10% e 40%.

“Mitigar a desvalorização e os riscos de obsolescência é um dos principais benefícios dos retrofits energéticos. Modelagens energéticas baseadas em IA podem ajudar a definir estratégias de investimento baseadas em dados, não apenas para edifícios individuais, mas para portfólios inteiros, conforme os proprietários buscam atingir suas metas de descarbonização nos próximos cinco anos”, destaca Balakrishnan.

No planejamento energético, ferramentas de IA também podem apoiar estratégias que combinam fontes renováveis com fontes tradicionais e armazenamento de baterias, ajudando a mitigar oscilações de preços e quedas de energia.

Segundo Vinícius Santos, a adoção da IA para esses fins ainda é incipiente no Brasil, o que significa que há muitas oportunidades de economia para as empresas.

“Em geral, as pessoas ainda não têm conhecimento do potencial da IA para a manutenção de um portfólio imobiliário eficiente e competitivo. Além de soluções para gestão predial, a JLL também possui ferramentas para monitoramento remoto de obras, o OpenSpace, e de test fit para implantação de escritório, o Qbic, que faz sugestões de plantas para a área do cliente”, indica o Head de Gestão de Produtos LatAm da JLL.