Em um cenário em que custos e produtividade são temas centrais nas decisões corporativas, os projetos de escritórios têm evoluído para unir inspiração, funcionalidade e eficiência. O desafio atual é alcançar o equilíbrio em espaços que expressam a identidade das empresas, mas com investimentos assertivos e sustentáveis. Por isso, o design inteligente se tornou um conceito central nos projetos.
“Nosso objetivo é otimizar os recursos disponíveis e garantir a sustentabilidade ao longo de todo o ciclo de vida do projeto. O segredo está em priorizar elementos que tenham alto impacto funcional e visual, mas que não necessariamente representem custos mais altos. É possível criar ambientes marcantes e eficientes dentro do orçamento”, afirma Helena Diodatti, diretora de Projetos e Obras para escritórios da JLL.
Ela destaca como exemplos o uso de iluminação eficiente, não apenas com tecnologia LED programável, mas com cenários adaptáveis às diferentes dinâmicas de trabalho. Cores, materiais e acabamentos também desempenham papel importante.
“Trabalhamos com paletas aderentes à marca do cliente, materiais acessíveis e de qualidade e, sempre que possível, reaproveitamos elementos do espaço existente. Essa é uma forma de pensar de maneira mais sustentável e inteligente”, explica.
A integração de elementos naturais também segue em alta. A biofilia, ou seja, a presença de plantas e materiais orgânicos, é incorporada de forma racional, levando em conta os custos de implantação e manutenção. “Não adianta escolher um material mais barato se ele tiver uma manutenção cara. Sustentabilidade também é sobre planejamento eficiente”, reforça a especialista da JLL.
Flexibilidade de espaços e de mobiliário
A flexibilidade é outro pilar dos projetos atuais. Layouts modulares e mobiliários adaptáveis, capazes de se ajustar a diferentes configurações sem necessidade de grandes reformas, são estratégias eficazes de redução de custos, pois permitem expandir ou reduzir a operação com facilidade. “Essa adaptabilidade é fundamental em um cenário de mudanças rápidas”, explica Helena.
A otimização também se estende às estações compartilhadas, estratégia que equilibra espaço e produtividade. “Nem todas as áreas precisam ter uma estação por colaborador. Em times híbridos, como vendas, é possível adotar um uso racional, evitando ociosidade e reduzindo custos”, pontua.
Questões mais amplas, como a política de armazenamento de documentos da empresa, também devem ser observadas. “Nem sempre é necessário manter grandes volumes de documentação dentro do escritório. Avaliar o que realmente precisa estar no espaço ajuda a liberar área útil e a reduzir custos de ocupação”, indica a diretora de Projetos e Obras para escritórios da JLL.
Tendências que inspiram bem-estar e engajamento
O design de escritórios também evolui para melhorar a experiência do colaborador. Ambientes multiuso e flexíveis ganham destaque, unindo colaboração, descanso e socialização. “Quando você cria áreas que se transformam conforme a necessidade — uma sala de reunião que também serve para pausa ou interação, por exemplo —, o projeto ganha valor e eficiência.”
Essa tendência se conecta ao conceito de hospitality-inspired design, que traz ao ambiente corporativo uma atmosfera mais acolhedora, inspirada na hotelaria. “Vemos lobbies mais convidativos, cafés, áreas de convivência e até serviços de alimentação integrados. São soluções que promovem bem-estar e engajamento”, destaca.
As certificações ESG e de bem-estar também têm papel cada vez mais relevante. Além do tradicional LEED, voltado à edificação, Helena cita o WELL, que valoriza a saúde e o conforto dos usuários, e o Fitwel, que reconhece boas práticas de operação e manutenção. “São certificações importantes não apenas para sustentabilidade, mas também para atração e retenção de talentos, que hoje buscam ambientes saudáveis e inspiradores para trabalhar.”
Tecnologia e dados a serviço da eficiência
A transformação digital também chega aos espaços corporativos, com sensores, inteligência artificial e sistemas integrados que permitem medir a eficiência, o conforto e o uso dos ambientes em tempo real.
“É possível monitorar ocupação, ruído, qualidade do ar e conforto térmico. Esses dados ajudam as empresas a tomar decisões mais assertivas, desde ajustes operacionais até expansões ou otimizações de layout”, explica a especialista da JLL.
A abordagem baseada em dados também favorece o diálogo contínuo com os colaboradores. Pesquisas internas e escuta ativa ajudam a ajustar o espaço conforme as necessidades reais. “O resultado é tangível: maior produtividade, bem-estar, redução do absenteísmo e vantagem competitiva na atração de talentos.”
Diagnóstico sob medida para cada empresa
A JLL possui uma equipe especializada que realiza um estudo de utilização do espaço, identificando as necessidades específicas de cada cliente. “Nem toda tendência serve para todas as empresas. Algumas valorizam a confidencialidade, outras priorizam integração e agilidade. O importante é entender a estratégia de cada organização e criar um espaço que reflita isso”, afirma Helena.
A partir desse diagnóstico, o time de design da JLL propõe soluções alinhadas à estratégia de operação, sustentabilidade e crescimento de cada cliente. O equilíbrio está em entender o que é prioridade e investir de forma inteligente, que pode ser em fases, conforme o valor agregado que cada solução traz ao negócio.
Para a especialista, o futuro do ambiente de trabalho é adaptável, tecnológico e centrado nas pessoas. “O segredo é combinar funcionalidade e impacto visual com um investimento consciente. Assim, é possível criar espaços que inspiram e, ao mesmo tempo, garantem a eficiência financeira das empresas”, conclui.