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1 - Volume global de transações aumentou 131%, totalizando US$ 66,8 bilhões

Em 2021, foram registradas diversas operações de fusões e aquisições envolvendo empresas de capital aberto e grandes companhias globais, com destaque para três negociações de mais de U$ 25 bilhões cada.

Resorts e o segmento de luxo foram os produtos mais atrativos para os investidores. Também foram os primeiros a se beneficiarem da retomada da demanda de hóspedes. Com a melhora nos fundos de dívida dos bancos, os credores buscaram investir com qualidade e precisão, dando preferência a ativos de baixo risco e alto desempenho. 

2 - Investimentos visando mercados que cresceram durante a pandemia

Três destinos destacaram-se globalmente ao reforçarem características positivas.

Miami tem, historicamente, baixa dependência do turismo de negócios e alta concentração de resorts, que atraem turistas dos Estados Unidos e da América do Sul. A cidade experimentou um boom tecnológico, atraindo startups que movimentaram U$2,4 bilhões em arrecadação. Um marco de 2021 foi a realização da maior feira de bitcoin do mundo, que chamou também a atenção dos investidores em criptomoedas. O mercado de hospedagem em Miami cresceu 73% no ano passado, em relação a 2020, e o RevPAR ficou no mesmo patamar de 2019.

As Maldivas registraram 76% de crescimento na visitação em 2021, em relação a 2019, com forte demanda proveniente da Europa Ocidental e países orientais. O RevPAR ficou 24% acima do período pré-pandemia. Para 2022, estima-se que o país asiático deva receber o maior investimento dos últimos cinco anos e ampliar a diversidade de origem dos seus visitantes.

Berlim firmou-se como o centro de startups da Alemanha que tem tido maior crescimento. Esse movimento impulsionou a demanda por escritórios, que se tornaram atraentes para investidores. Com facilidades em relação às restrições da COVID-19 na Europa, a cidade conseguiu atrair turistas da região e registrou recuperação de 59% do RevPAR entre julho e dezembro de 2021. É um mercado com alta liquidez, tendo registrado aumento de 36% nas vendas em relação a 2019, e que deve continuar crescente em 2022.

3 - Dificuldades operacionais podem comprometer o crescimento do RevPAR

No auge da pandemia, mais de um milhão de empregos foram perdidos no setor da hotelaria por dia. Isso fez com que os colaboradores migrassem de segmento e buscassem oportunidades de trabalho em outros setores. Agora, os hotéis estão com dificuldades de recompor seus quadros de funcionários. Para atrair talentos e voltar a operar em plena capacidade, empresas hoteleiras têm apostado na “experiência do funcionário”, revendo condições extenuantes de trabalho e salários. Isso impacta o custo operacional e, consequentemente, o RevPAR.

No Brasil, o cenário é um pouco diferente. Apesar de um alto índice de desemprego, a maior dificuldade no momento é conseguir mão de obra qualificada para as posições de liderança. “Em cidades como São Paulo, por exemplo, que têm um número relevante de aberturas no segmento de hotéis Superior Luxo e Luxo para os próximos anos, há um desafio de se conseguir profissionais capacitados”, destaca o executivo da JLL.

Para ele, os principais desafios do mercado brasileiro são a inflação, sobretudo em relação ao custo dos alimentos e energia, e conseguir elevar as diárias médias, que estão muito defasadas em relação ao pico histórico. “Esses fatores combinados têm pressionado de maneira negativa as margens dos hotéis, comprometendo negativamente o resultado dos investidores no país”, explica.

Outro gargalo das operações apontado pelo relatório da JLL é a cadeia de suprimentos, com escassez de alguns materiais e paralisações fabris por conta da COVID-19. O grande desafio da hotelaria é como dosar os custos operacionais e o aumento do valor das diárias, que precisa subir para a manutenção dos resultados. Por outro lado, os hóspedes estão cada vez mais exigentes, por isso, é essencial manter um nível de serviço alto e atencioso.

4 - Compromisso com a sustentabilidade deve reduzir custos operacionais, atrair novos consumidores e aumentar o valor de ativos hoteleiros

Na última Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em novembro de 2021, o mercado imobiliário teve destaque por ser responsável por 40% de todo o carbono emitido no mundo. Os hotéis contribuem ativamente para esse cenário na medida em que são grandes gastadores de energia e água. As mudanças que visam uma hotelaria mais verde têm três pilares: os operadores, os consumidores e os investidores.

O setor de investimentos de impacto deve ter crescimento de ativos globalmente da ordem de U$3,9 trilhões, sendo o mercado que mais deve crescer nos próximos anos. Ao mesmo tempo, países como os EUA já sinalizaram que, a partir de 2024, exigirão a divulgação das métricas de sustentabilidade (energia, resíduos, consumo de água). Com a disponibilização frequente de dados, os ativos que tiverem maior transparência em suas informações e melhores resultados devem atrair, consequentemente, mais investidores.

Assim, operadores devem investir em soluções para a preservação dos ativos em longo prazo, aumentando a lucratividade. Alguns exemplos de redução de custos com tecnologias “verdes” são a adoção de lâmpadas LED e de termostatos inteligentes. Ao mesmo tempo, os hóspedes têm declarado seu compromisso com a sustentabilidade de forma cada vez mais frequente. Em pesquisa realizada pela Booking.com, em junho de 2021, 64% dos viajantes disseram preferir uma hospedagem sustentável, se tiverem a opção de escolher. Isso pressiona os mais de 230 mil hotéis que existem no mundo todo. Grandes redes do segmento já se comprometeram a cortar a pegada de carbono em 25%.

5 - Aceleração da tendência de “hotelização” do mercado imobiliário

O crescimento constante do co-living em áreas urbanas, sendo uma acomodação popular entre os viajantes mais jovens, tem atraído o interesse dos investidores. Esse modelo se mostra rentável e uma oportunidade de diversificação de portfólio. Globalmente, empresas de hospedagem alternativa acumularam U$8,2 bilhões de valor de mercado em 2021. Muitas empresas têm mostrado interesse em integrar o setor a partir de 2022, trazendo inovação e alinhamento com novas tecnologias, em várias regiões do mundo.

Um exemplo da confiança dos investidores no setor foi a negociação do Butterfly on Prat Hong Kong por US$127 milhões, que serão convertidos em um produto de co-living administrado por Dash Living. Nas Américas, Sonder, Mint House, WhyHotel e Blueground figuram entre os modelos disruptivos de acomodação, já que alugam e administram espaços flexíveis, tendo como padrão os hotéis.

Em dezembro de 2021, Silverstein Propertiesm adquiriu seu primeiro edifício residencial em Nova York por $ 247,5 milhões, tendo a Sonder como um dos principais arrendatários, famosa por sua conexão com tecnologia. A empresa continua a expandir sua presença nas Américas com inaugurações recentes no Canadá - em Montreal e Toronto.

O relatório “Global Hotel Investment Outlook” da JLL revela que, a partir de agora, a hotelaria entrará em uma fase de transformação. “A pandemia funcionou como acelerador de mudanças relacionadas à tecnologia e à sustentabilidade, que contribuirão para melhoria do setor tanto do ponto de vista de um ambiente de trabalho mais saudável, preocupado com a saúde mental dos funcionários, como da pegada de carbono, por exemplo”, finaliza Freire.

Confira o estudo completo aqui.

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